sábado, 19 de setembro de 2009

Manifesto Anti-humano

ARGH!
Porra pra isto!
Escumalha, lixo
É o que todos são.
Metem-me nojo,
malditos pretenciosismos...
Comem-se, Matam-se,
lambem-se, mastigam-se
e cospem-se para a sarjeta.
Morram!
Vós e os vossos egos queridos,
Vós e o vosso deslumbramento.
Acordem, despertem!
São miseráveis,
ralé da mais baixa.
Animais!
Comem, bebem, dormem,
Fodem-se, fodem-se, fodem-se.
Bastardos da Jezebel que vos pariu.
Mandei a ética e a moral para o raio que vo-la parta.
Bestas! Selvagens!
Conspurcai a vossa raça imunda.
Apodrecei que já estais podres,
Vivei nas vossas fezes.
Morram!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Devaneios

A Inércia é uma coisa muito confortável. Estar quietinho, a pasmar, totalmente abstraído... Vive-se tanto parado e inútil. Varre-se-nos tudo o que vem dos sentidos, damos por nós perdidos em devaneios infantis, ali, sentados num canto. Encolhidos, como que para nos aquecermos, ou talvez numa recordação inconsciente de quando fomos fetos protegidos e frágeis no ventre materno. A melancolia apodera-se de um olhar esvaziado, vemo-nos a nós, confortavelmente sós, a sonhar de tudo menos de solidão. Palavras ternurentas, acolhedoras que nos são sopradas pelo vento, ou talvez apenas pela nossa mente histérica de uma alma desesperada. Somos tão crianças, naquela imaginação tão pura e singela, uma simplicidade de tal ordem que deve ser perfeita, ou pelo menos não se lhes vêem defeitos. Mas claro, um sonho não se quer imperfeito, qual seria o propósito de nos abstrairmos num universo tão reles como o real?

Queria voar... criar e recriar, mudar tudo à minha volta como quem muda um cenário e as personagens dum filme. Sim, queria que a minha vida fosse como esses filmes, uns lamechas, outros psicadélicos, outros de terror, comédias, e até daquele cinema independente pseudo-intelectual. Queria rebentar com isto tudo, com esta hipocrisia, falsidade, egoismo e imoralidade a que chamamos de "sociedade", com todos estes prédios copiosamente horrorosos, queria revirginizar a Terra para que depois a desposasse à minha vontade. Queria, aliás, quero, pura e simplesmente, viver. Não sei o que isso é, mas supõe-se que seja giro até.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Poste com Piada (ou não)

Ora, anda um jovem adolescente perturbado como sou eu (Isto é um isco para pitas, na realidade sou um violador de 43 anos monotomate), nas suas vidas perturbadas de escola (Vá, é boa vida, mas eu tenho a mania gosto de dizer que ando chateado ou revoltado) e a modos que me deparei com um cartaz da Manuela Ferreira Leite e disse para comigo: "É isso, vou fazer crepes logo à noite!", e assim foi. Noutros campos mais revelantes para a blogosfera aquilo que eu queria efectivamente partilhar é que, numa tentativa de introspectiva, me apercebi que o auge deste poio (chamem-lhe blog se quiserem, ou pia como já lhe chamaram) foi quando um Emo anônimo (sim, com acento circunflexo que o jovem era brasileiro) me chamou de viado. Oh, bons velhos tempos em que eu era pito (milho! milho! milho!), e foi isso que me motivou a aparvalhar um bocado para quebrar o falso intelectualismo que gosto de cultivar em mim, no blog, e no quintal do vizinho para que tenha batatas nihilistas. Enfim, como pegar na campanha está na moda, o Paulo Portas já não se queixa de mim, pois já falei em agricultura! (Pena que seja agricultura anarco-libertária, mas a batata do vizinho é um ser livre e pensante que não cede ao sistema nem se deixa corromper por qualquer bichinho, nem o famoso temível e tenebroso "Escaravelho da Batata".) Mas falando de bichinhos... Não gosto de melgas, tudo bem que "já não durmo sozinho", mas porra, são chatas. Uma pessoa deita-se, relaxa e pimba! "Bzzzzz". Acende a luz, olha em volta "a safada escondeu-se, ah safadona, era quem lhe acabasse com a safadisse à safada da melga", desliga a luz e de novo... "Bzzzzz", desta vez, nada como enfiar a cabeça debaixo dos lençois com veemência e violência. (Ainda bem que o almoço não era feijoada) E depois disto eis que surge, junto ao ouvido como que por geração espontânea, um zunido maravilhosamente cantado por anjo e que me faz desejar com todas as minhas forças bradar bem alto para os céus: "C***lhos ta f*dam mais à p*ta da c*na da tua tia que te pariu numa sexta feira à tarde enublada com humidade relativa de 83%" (Mamã, se leres isto, estou possuído por um demónio com grande conhecimento de asteriscos). Outra coisa gira e fofixérrima é a gripe A, finalmente posso fazer uso da minha capacidade nojenta de tossir ruidosamente em público, e causar o pânico. Nada como dizer com subtileza "Ontem estava com a testa a arder, e ando cá com uma tosse... mas não há de ser nada" E de seguida espirrar para cima das pessoas com toda a pujança e imensos projecteis babosos. Mas enfim, honestamente tinha de aparvalhar sem nada para dizer e achei que vós ilustre iternautas eram o depósito indicado. Sem nada mais me despeço com: "Anônas", "Anônas"

sábado, 5 de setembro de 2009

Vespertina retardada

3 da manhã, e sou o gajo que dá com a colher de pau nos tachos (não é uma metáfora para coisas porcas, é mesmo interpretação literal.)
"Foge galinha" o pobre do galináceo tinha dentes e era peludo.
Ninho do cão, pocilga, esterco. Ah... home sweet home. É bom encontrarmos um sítio onde sentimos que pertencemos.
"Je t'aime", como uma outra língua se torna sempre mais poética e ao mesmo tempo nos permite refugiar um pouco o sentimento, um calor confortável.
Riso, choro, a actividade social mete-me nos píncaros. Malditos anos de solidão e nerdice que não me ensinaram a lidar com isso.
Gritos de horror num caminho sinuoso, colmeias num penedo sem acesso, mas que foda?
Pobre neandertal que só sabe ridicularizar-se, diz que é esquisito, diz que é drogado, diz que é lunático (estava lua cheia, devia ser disso tanta maluqueira, acho que sou lobisomem, pelo menos segundo as que cortam pulsos...), mas é só um pobre coitado que há de morrer a um canto, sem que alguém tenha prestado atenção aos seus avisos. (Isto ficou fatídico, até parece que o raça do macaco farfalhudo é um profeta).
Diz que rema de força bruta, diz que deixa cair as rosas, diz que leva tudo na boa, diz que é piquinhas e sensível, um grandessíssimo incoerente é o que ele é, mas pronto, ele que morra.

Ah, e o toy quis lançar-me no mundo da música, pelo menos foi a minha interpretação de tudo aquilo.

De qualquer modo, já tenho este blog há mais de um ano! yuhu! (vou referir que esteve mais de 6 meses parado?)

lamentações

Dizem que sou um tipo esquisito.

Estranho, nojento, anormal. Mas porque raio?

É do que penso?
É do que sinto?
É do que faço?
É do que digo?
É do que sou?

É que todos pensamos, sentimos, fazemos, dizemos e existimos...
Que é que isso tem de esquisito?

Serei uma afronta à cultura de massas, à torrente criada pelos vácuos dessas almas?

É que não sou diferente deles, quero o mesmo que eles, contento-me com o mesmo que eles, por meios e maneiras diferentes, mas vai tudo dar ao mesmo.

Porque raio é que os segrego e eles me segregam a mim, porque raio somos tão complicados, afinal tenho o mesmo que eles, um corpo humano e uma alma dúbia...

Eles que morram, eu que morra...

III - A Aurora da Civilização

"In the beginning the Earth was without form and void. But the sun shone upon the sleeping Earth, and deep inside the brittle crust, massive forces waited beyond reach."[1]

No princípio, a Terra estava coberta pelas trevas e era um ermo vazio, disforme e sem vida. Aos poucos a luz conquistou as trevas, e com ela veio a vida e toda a criação. O sol raiou para a vida. Do horizonte veio o conforto da luz e o falso firmamento entre terra e céu. Para uns este horizonte prolongava o vazio até à imensidão, para outros, punha fim ao mesmo vazio e limitava-nos a um universo caseiro e confortavelmente egocêntrico.

O homem era um bicho estúpido, amedrontado, como todos os animais, mas aquele macacão corcunda e peludo tinha algo mais, aquilo a que meia dúzia de gregos pomposos chamaram de racionalidade. Antropocentrismo. O bicharoco começou a achar-se digno de mais, a procurar mais, ir além do firmamento. Decidiu pois então que, em vez de se subjugar às leis da então tão harmoniosa natureza, devia ser ele a subjugar a natureza e toda a criação as seus pés. Começou a servir-se daquilo que estava à sua mercê: paus, ossos, calhaus, frutos, caça. Talvez tenha sido ousadia, talvez um lampejo de brilhantismo, talvez estivesse escrito, talvez tenha sido iluminação divina... mas o que é certo é que este Homem começou a ser Homem. O ser corcunda ergueu o queixo e venceu os medos. Apercebeu-se de que podia amedrontar outros. Apercebeu-se que tinha poder, e isso soube-lhe bem como o raio. E assim que terminou de subjugar a natureza, quando já tinha o seu império pronto a descolar, lembrou-se de começar a subjugar os seus. Começámos a andar à porrada, e descobrimos que isso servia para tudo. Começou o ciclo de ganância e auto-destruição da humanidade, ainda que numa fase primitiva. Mas também havia coisas boas, havia os marmanjos que não andavam à porrada e passavam o dia a olhar para o ar. Filósofos, cientistas, chamem-lhe o que quiserem, mas eram os que andavam sempre no firmamento, a mirar o horizonte e a querer engrandecer a espécie, afinal, conhecimento é poder, e poder é fixe. Mas, mais uma vez, temos tanto de egocêntricos como de auto-destrutivos, é uma faca de dois gumes. À medida que explorávamos o horizonte, este expandia-se ainda mais, quanto mais procuramos saber, mais nos apercebemos da nossa pequenez e ignorância. O vazio começou assim a atormentar-nos, ou pelo menos a atormentar meia dúzia de cabeças pensantes e sadísticas. Mas, no meio disto tudo, há e sempre houve as massas. Enormes grupos de indivíduos tão desprezíveis que insistimos em tratá-los como um só movimento fluído. Devíamos dar-lhes mais valor, um grupo de cabeças sintonizadas na mesma formatação também devia ser considerada uma maravilha da natureza. As massas são uma máquina de guerra cultural massissa. Com a devida formatação podem aniquilar uma cultura, uma raça, uma religião, sem que sintam remorsos ou a mínima percepção de consciência. E é assim que a humanidade se rege, pelo poder das massas, sobre as massas. A essência do humano está em subjugar o próximo, em matá-lo, em amá-lo.

"Every human being not going to the extreme limit is the servant or the enemy of man and the accomplice of a nameless obscenity" [2]

[1] Livro do Génesis
[2] in "A Chore for the Lost" by deathspell omega