terça-feira, 30 de junho de 2009

Metafísica, ou não

Será que o hamburguer sente pelas múltiplas vacas e porcos que o formaram?
Será que o pó se questiona se anda à deriva ou se foi Deus quem o comandou?
Serão as fezes desperdício ou fonte de vida?
Será que pelo intestino delgado dar tantas voltas se lhe dá a volta ao estômago?
Será a Anôna melhor que o Inhame?
Será a couve mais laxante que o feijão?
Será que as unhas crescem para que as possamos roer como complemento nutritivo?
Será que a relva aponta toda para cima numa conspiração contra os pássaros que a sobrevoam?
Será que a lâmpada apaga quando acende e acende quando apaga?
Será que vemos todos a mesma coisa ou os cagalhões são fúscia?
O meu vizinho é mesmo incómodo ou nem sequer existe?
Os pássaros voam ou estão apenas limitados a um chão maior?
Os meus olhos fecham ou estou a ver o infinito?
Será que os computadores conspiram em levar-nos à loucura com imprecisões informáticas?
Será que fomos criados e formatados por seres extra-terrestres duma dimensão superior?

Porque raio pergunto esta coisa toda? Como ela diria, "Porque és estúpido"...

sábado, 20 de junho de 2009

Aequilibrium

Spinning and Spinning around
Moons spininng on planets,
planets spinning on stars,
Stars spinning on black holes,
Black holes spinning in a vortex of entropy.
Darkness consumes the light,
Yet it blasts into sunbursting light.
If stars are endless,
Why shouldn't void be white?
If darkness is eternal,
Why shouldn't void be black?
Cause it's void and we're not,
We don't belong white neither black
We don't belong nothing neither everything,
They don't exist,
Universe shall be in tones of grey,
As infinity and void
are beyond the natural order,
And yet they rule the balance
between existence and non-existence,
Once we are void, we know infinty...

sexta-feira, 19 de junho de 2009

A Chore for the Lost

Ora, como é in meter músicas no blog também o farei, se alguém não gostar que comente, já é qualquer coisa.
Deathspell Omega - A Chore for the Lost



(de referir que esta música me dá orgasmos múltiplos ou o mais próximo que hei de ter disso)

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Extrait des Chants de Maldoror


"De la même manière que nous nous sentons en marge et au-dessus d'un monde que nous voulons annihiler, les anciens sorciers furent les révolutionnaires du passé.

Comme nous détestons nos congénères béotiens et américanisés eux aussi détestaient le prêtre, le roi, le riche.
Eux aussi, préparaient en ces occultes cérémonies les bombes des maléfices.
Ils empoisonnaient surtout, détruisaient cependant avec plus d'ampleur, savaient répandre dans les campagnes la poudre qui tue les moissons, ensevelir sous les érables, la charge magique dont les troupeaux dépérissent.
Et ils s'en prirent surtout à la tendre race des enfants, celle qui, ne gardant pas les crapauds à refusé l'initiation, décimèrent plus radicalement, plus religieusement que les anarchistes modernes, frappèrent la race avant tout, partout, sachant que, quoique fasse l'Homme, il sera toujours l'Homme, le vil, l'égoïste, le déprédateur du patrimoine d'autrui, la honte du monde, la honte du monde.
Cela devenait pour eux un but mystique de débarrasser l'univers de cette lèpre humaine, gagnant la bonne nature, corrompant la Terre faite pour être libre et qui s'avilit d'être l'esclave nourrice."

Ode à dinastia.

Chegou ao fim o seu reinado, glorioso, a época dourada do reino. Encheram de orgulho todos os seus súbditos e superiores, proporcional à sua glória só mesmo o seu ego, aquilo que fizeram é notório, e talvez por isso os outros apenas notaram de olhos arregalados, felizes, mas quietos, à espera que a situação fosse eterna. Agora que os paladinos abandonaram o povo, o povo fica desamparado como sempre ficou e ficará, à espera da chegada de alguém novo que os comande e entretenha. O exílio dos velhos traz o reinado dos novos, que legitimamente hão de usurpar o trono daqueles que tanto admiravam, e cobiçavam, estão agora no topo, regozijando-se do seu título, mas não sabiam eles quando estavam lá em baixo, que chegando ao cimo da torre teriam vertigens. Terão de começar do zero, pois o ego dos seus anteriores não lhes permitira transmitir o legado, era deles e só deles, e mais ninguém era digno. Pois que agora o reino se encontra numa anarquia apática, em que ninguém se interessa pela glória, pela realização de algo, mas apenas pelo cumprimento de dever. Comandar é uma obrigação que será feita com o mínimo entusiasmo, pois não são lideres, mas soldados rasos, à espera de iluminação, os que estão no poder.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

L'Amour, la mort...

A solidão invade a alma, solidão encava-se nas entranhas, come-nos as visceras, regurgita-as causando o desespero, a nossa mente quer parar, ignorar, no entanto a angústia que se sente lacinantemente a cada momento impede-nos de sermos racionais, somos agora animais de um instinto abissal procuramos o abismo, não para cair nele e desaparecer na vasta imensidão negra do desconhecido, mas para sentirmos a adrenalina de estar no limite, o desespero a corromper-nos, o medo a controlar cada músculo do nosso corpo até sucumbirmos, sentimos todos os desejos carnais, a sede, a fome, a necessidade de prazer, vemos tudo difuso, imagens de carnificina, imagens de desolação, orgias levianas e podres... Até que desfalecemos, o medo, a agústia, o desespero, venceram, aquela funesta jornada carnal acabou, o abismo caiu connosco e voltamos à estaca zero, deambulamos de novo à procura de uma saída, à procura de um escape a todo o sofrimento, e no entanto não nos apercebemos que é essa procura o sofrimento, essa sede de uma solução, esse desejo latinante para encontrar uma resposta, um final feliz, uma verdade reconfortante que nos afaste do abismo. É essa procura de uma saída do labirinto abissal que nos faz cair no abismo, devemos permanecer na nossa existência animal, carnal, irracional, procurar o prazer pelo que é, e assim não sofremos, não sentimos, simplesmente vivemos, sobrevivemos, a nossa missão fica cumprida, a de cumprir uma pena terrena do nascimento à morte, morte essa que é a saída final, não dá a resposta e no entanto cessa a procura, cessa tudo, a não-existência torna o mundo igualmente inexistente. E no entanto, queremos a imortalidade, queremos a eterna deambulação pelo mundo, sempre à beira do abismo, no desespero, simplesmente porque sabemos o que é este estado, terreno, e não sabemos nem nunca saberemos qual é o próximo, o que acontece, o que é morrer...