terça-feira, 26 de maio de 2009

Entropia

Caminhamos para o fim, para a aniquilação da espécie, porém, inconscientes perdemo-nos em devaneios se essa perda será valerosa ou não, para quem? Temos a tendência de criar divindades, entidades exteriores, etc. para o nosso conforto, afinal é muito mais fácil existir se essa responsabilidade não for nossa. Mas não existe nada senão o individuo, o individuo é dono de si e da sua vontade, comanda as suas acções, e por conseguinte os seus efeitos, no entanto, somos demasiado complexos para nos reduzirmos a isso, um individuo pode ser um grupo, e quanto maior esse individuo, mair a sua influência e as repercussões das nossas acções, temos um fim, sabemos, no entanto, combatemos ingloriamente esse fim, queremos a imortalidade e no entanto não a conhecemos. Talvez os mesmos devaneios em que nos sobrevalorizamos e em que criamos entidades para tomar conta de nós, nos façam também crer que o fim é evitável, que a morte do ser colectivo que é a humanidade é evitável, no entanto, quanto mais nos apróximamos da resposta mais apodrecemos por dentro, mais nos perdemos dentro de nós, o individuo, a raça humana, não é coesa nem equilibrada, o elitismo faz com que apenas alguns se salvem, temos a tendencia para hierarquizar as coisas, há sempre um melhor e um pior, a nossa racionalidade torna-nos irracionais pois confere-nos subjectividade e poder. Temos assim o poder para nos distinguirmos, para nos segregarmos, para nos considerarmos superiores, e é o que se sucede, todos temos a tendencia de ao mesmo tempo nos tornar o melhor e o pior, somos o exemplo, pois procuramos sempre alguem como nós, e no entanto, somos a podridão a fonte interminável de defeitos, pelo que o real não é perfeito, mas sim caótico. Nada no universo se repete efectivamente, nem o movimento de um electrão é predictivem, nem o de um planeta, nem o do universo, queremos organizar o universo, estruturá-lo, sistematiza-lo e no entanto todo ele é feito de caos, nascemos do caos e morreremos no caos, a impresibilidade torna-nos o conhecimento supremo impossível e ao mesmo tempo aumenta-nos o conhecimento pois há sempre algo novo a acontecer na mecanica issistemática do universo. Aproximamo-nos do fim, aproximamo-nos da resposta, e no entanto não chegamos lá, não é suposto chegarmos, ela não existe, é caos.

1 comentário:

Santyago disse...

So true, so true. Aliás foi o que discutimos hoje. A sociedade apresenta-se dessa forma: em 2 diferentes planos, a criação de valores e normas e a criação de algo para explicar (possivelmente algo divino), e no outro plano, tentar ser esse algo divino, pouco importando as normas e valores que regem a sociedade. Tão belo a conjugação dos 2 planos que poderá levar ao Caos na sociedade. O homem é um ser interessante para estudar.