quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Auto-desanálise

Sou uma fraude.
Em tudo aquilo que mostro ser, não sou.
Tudo aquilo que digo ser, é mentira.
Aquilo que penso que sou e que digo não ser, é uma falsidade.
Sou nada, mas não se pode ser nada e dizer que se é nada.
Nada é nada e não existe, portanto não é.
Podia dizer que sou um infinitésimal, afinal sou quase nada.
Mas também não sou um número.
O que podia ser,
o que quero ser,
o que sonho ser,
o que devia ser,
é tudo ilusório, e enormérrimo ao pé do que sou.
Sou humano, sou reles, sou podre.
Mas tenho a presunção de dizer que sou como vós:
Reles, miseráveis, podres.
(O que me faz pior que vós, suponho)
Eu escrevo e as letras não são minhas.
As palavras não são minhas.
Meu, é só o pensamento, e está debilitado.
Sou um ultraje, uma afronta.
Por almejar ser o que não posso ser,
por ser o que não devia ser,
por escrever com palavras de outros,
por seguir valores de outros, ideias de outros,
e mesmo assim me achar original.
Sou um momento, um instante, o agora.
Já me fui, mas estou cá outra vez, e outra.
Serei e fui finito, mas sou infinito,
pois da infinidade do instante, não me interrompo ou fragmento.
Sinto?
Penso?
Existo?

Importa?

1 comentário:

Santyago disse...

Tens mesmo deixar de ouvir Suicidal Depressive Black Metal, mesmo que a raça humana seja reles, hipócrita, uma perfeita merda por assim dizer. Somos melhores que auto-desanalizar... vamos mas é matar algumas pessoas!