terça-feira, 28 de julho de 2009

O gajo flutua? Não, mas o chão subiu...

Eish, como é que a dona Ermetilda de Jesus vai limpar aquilo agora...?

domingo, 26 de julho de 2009

L'enfer, c'est les autres

O ódio, o mais humano dos sentimentos, como antítese frustrada do amor, cúmulo do desejo doentio de umas hormonas eternizadas pelas musas clássicas como expressão máxima da estética sentimental. Pois será mais humano aquele que odeia a humanidade ou aquele que a ama? Aquele que se ama a si mesmo, ama a humanidade. Não por ser generoso de coração e ter que abunde para o seu ego e tudo o mais, mas porque o ego é um balão à frente dos nossos olhos, quão mais preenchido, menos vemos. Assim, aquele que se vê como ser perfeito, feliz, não pode consequentemente ver a miséria que o rodeia, pelo que tenta pinta-la, qual impressionismo manhoso, de forma alegre e despreocupada. Mas não melhor é o que se odeia a si mesmo, pelo que o egoísmo é igual, e o efeito é o mesmo, é que isto de amor e ódio, de bem e de mal, vai dar tudo ao mesmo. Talvez haja a pequena diferença de que o que se ama a si mesmo sente-se amado quando é odiado, e aquele que se odeia a si mesmo sente-se odiado quando é amado, nenhum deles se apercebe, a percepção que temos do mundo é virgem, a interpretação dela está conspurcada pela nossa mente, jamais objectiva ou virgem. A auto-análise é destrutiva, pelo que procuramos comparar-nos sempre a alguém, a quem já fomos, a quem queremos ser, àqueles que nos rodeiam... Nunca nos compreenderemos a nós nem nunca ninguém nos compreenderá, por isso temos tanto medo de conviver connosco, porque somos responsáveis pela nossa própria alma e sabemos que ela não é pura, mesmo sem conhecer a pureza. Talvez não seja suposto ser, talvez seja suposto ser assim, humana em todas as suas virtudes. E também por isso procuramos encontrar outras pessoas, conviver, alguém que se reveja em nós o suficiente para coleccionarmos fragmentos daquilo que estamos convictos de sermos nós mesmos, para nos conseguirmos definir em relação aos outros. E no entanto queremos crer que estão errados, não queremos ser compreendidos, pelo que nos sentimos expostos ao mundo, apenas queremos ser admirados pela nossa imagem fidedigna. Tudo o que fazemos é apenas um espectáculo de máscaras, para agradar aos outros, e fugir da crítica, da censura, da vergonha e do medo. Aquele que representa o mau da fita quer ser odiado porque odeia, e o anjo, chateia toda a gente pela sua perfeição desumana, todo o bem implica mal, pelo que são uma negação mútua.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Nevermind...

Eu quero ver, queria ver, com clareza e distinção, os eixos sobre o qual o universo se move, sob os quais se orienta e queria encontrar-me nessa organização celestial com uma rota establecida, orbital... eliptica... o que seja. Queria saber essa verdade hedionda que tanto me agoniza na sua dúvida e tanto me agonizará na sua resposta. Quero viver com a minha insignificância esclarecida e mais do que isso, quero conseguir aceitá-lo, feliz da vida feito palhaço ingénuo que sou. Quero conformar-me como roda dentada desta grande maquinaria e conseguir olear-me para que tudo seja mais harmonioso. Ver os coelhos a saltar, os pássaros a cantar não como o belo mas como o previsivel e mesmo assim achar-me digno. Queria ser uma máquina, deve ser o que sou suposto ser... senão sou disfuncional, consigo sentir coisas mas sou disfuncional. Quem quer afinal a minha felicidade, a minha tristeza, a minha vivência? Porque raio hei eu de ser útil para a mecânica do universo ao questioná-la? Enfim... já não quero nada disto, não sei o que quero... sei o que não quero: não sei bem quê.