terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Vive

Olhas para o alto, e esperas.
Esperas que a chuva te lave e te leve.
esperas que te lave as lágrimas
e que te limpe o suor.
Esperas que te enxague o sangue,
tão vivido e gasto,
o das tuas mãos e o dos outros.
Esperas que te levem e te arrastem
nas torrentes de lama e lixo,
que de tão sujas te lavam.

E rebolas,
gritas,
despes-te.
Gastas-te e esfolas-te
Exausta, deixas-te cair para os braços de ninguém.
E adormeces, a sorrir,
a sonhar com uma qualquer coisa
que nem é deste mundo
de tanto que te faz sorrir.
Estás quente, aconchegada,
não queres acordar,
não acordas.

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