sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O pêndulo e o croquete

O croquete estava na ponta do pêndulo. E balançava. E o cão saltava, mas não o apanhava. O croquete estava aborrecido, de um lado para o outro, a deixar migalhas de pão ralado numa espécie de nuvem electrónica mal amanhada. E a carne esfriava, e o arroz esfriava.

E ei-lo que surge! O douradinho, trazendo a luz e a confusão, o pânico e a idolateração. O supremo pescada. E no entanto, trazendo tanto brilho e admiração, apenas passa fugaz e fumegante, para um outro prato qualquer de arroz de tomate sedento.

Couves, terrábias, salada, nada o salva o croquete era seco e frígido. Carne gasta e moída.

Mandou vir a sobremesa.
Era mousse de ananás, de ananás.

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